quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

"Auto-organização estudantil: Desafios e Perspectivas do Tempo Comunidade".

No dia 25 de Janeiro de 2017 foi realizado pelo Centro Acadêmico dos Estudantes da Educação do Campo - CAEC  no auditório do Campus I da Unifesspa, o II Encontro dos Estudantes da Educação do Campo com o tema: "Auto-organização estudantil: Desafios e Perspectivas do Tempo Comunidade", que contou com a presença de mais de 100 participantes entre estudantes e professores e que teve como objetivo geral "debater sobre as dificuldades e possibilidades que o tempo comunidade oferece, além de socializar algumas experiencias acerca dos trabalhos realizados, promovendo espaços de organização estudantil dentro e fora da universidade".

Pela manhã foi realizado uma mística inicial com a leitura da poesia abaixo e ressaltando a posição contrária a grandes projetos e medidas políticas que foram tomados pelo atual (des) governo do presidente ilegítimo Michel Temer e toda a sua bancada legislativa como a Pec55, a Medida Provisória do EM e etc, que ferem os direitos conquistados com muita garra e suor ao longo de décadas por trabalhadores e movimentos sociais populares da cidade e do campo.

Um país que crianças elimina;
E não ouve o clamor dos esquecidos;
Onde nunca os humildes são ouvidos;
E uma elite sem Deus é que domina;
Que permite um estupro em cada esquina;
E a certeza da dúvida infeliz;
Onde quem tem razão passa a servis;
E maltratam o negro e a mulher;
Pode ser o país de quem quiser;
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país onde as leis são descartáveis;
Por ausência de códigos corretos;
Com noventa milhões de analfabetos;
E multidão maior de miseráveis;
Um país onde os homens confiáveis não têm voz,
Não têm vez,
Nem diretriz;
Mas corruptos têm voz,
Têm vez,
Têm bis,
E o respaldo de um estímulo incomum;
Pode ser o país de qualquer um;
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país que os seus índios discrimina;
E a Ciência e a Arte não respeita;
Um país que ainda morre de maleita, por atraso geral da Medicina;
Um país onde a Escola não ensina;
E o Hospital não dispõe de Raios X;
Onde o povo da vila só é feliz;
Quando tem água de chuva e luz de sol;
Pode ser o país do futebol;
Mas não é, com certeza, o meu país!

Um país que é doente;
Não se cura;
Quer ficar sempre no terceiro mundo;
Que do poço fatal chegou ao fundo;
Sem saber emergir da noite escura;
Um país que perdeu a compostura;
Atendendo a políticos sutis;
Que dividem o Brasil em mil brasis;
Para melhor assaltar, de ponta a ponta;
Pode ser um país de faz de conta;
Mas não é, com certeza, o meu país!

Um país que perdeu a identidade;
Sepultou o idioma Português;
Aprendeu a falar pornô e Inglês;
Aderindo à global vulgaridade;
Um país que não tem capacidade;
De saber o que pensa e o que diz;
E não sabe curar a cicatriz;
Desse povo tão bom que vive mal;
Pode ser o país do carnaval;
Mas não é, com certeza, o meu país!

Composição: João de Almeida Neto
Enviada por Amanda

Mistica de abertura
Mistica de abertura
Mistica de abertura


Mistica de abertura

Após a mística inicial foi dado abertura ao encontro sob a coordenação do discente da turma LPEC 2015 Allan, e em seguida uma fala de boas vindas da Reitoria Maurílio de Abreu e Idelma Santiago que falaram um pouco sobre a percepção da falta de espaços de sociabilidade no Campo para a juventude e da importância da juventude ser protagonistas nas experiências socioeducativas no campo; e ainda sobre a ideia que se espalha mundo afora de negação do projeto humanista desenvolvidos principalmente pelos movimentos populares que são condenados  por ser o outro, por ser "diferente", por ser o outro, o "estranho" por ser diverso e fugir dos padrões sociais e do senso comum.
Reitoria durante a abertura


LUTAS E DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Em seguida, o professor Haroldo Sousa, contribuiu com a Análise de Conjuntura sobre as Lutas e Desafios da Educação do Campo. Dessa forma enfatizou três pontos para análise
* o atual cenário político que expressa acontecimentos do ponto de vista histórico e processos sociopolíticos que se materializaram no processo de impeachment, que por sua vez foi refletido nas eleições municipais em todo o país, onde a "esquerda" foi massacrada.
Diante deste cenário o professor fez alguns questionamentos sobre como os atuais governos nas diversas esferas do estado conseguiram chegar onde estão?? porque a direita conseguiu se erguer sobre a esquerda de forma massacrante???
* como se expressa a questão agrária nas várias esferas do estado.
* como a Educação do Campo se posiciona dentro destas questões impostas e condicionadas???
Haroldo Souza durante análise de conjuntura
Discente Rosa - momento de debate
Em sua análise enfatizou a realização destes questionamentos para provocar o debate acerca dos pontos apresentados, para em seguida, abrir espaço para o público que realizou suas ponderações sobre a necessária organização estudantil e a necessidade de uma massa que esteja pronta para atuar e protagonizar a luta para que nenhum direito seja expropriação ou roubado na "cara dura" por quem na teoria diz ser nossos representantes e atender nossos interesses, mas na prática representam e atendem os interesses apenas de grandes empresas nacionais, multinacionais e grandes empreendedores e seu modelo de desenvolvimento baseado na exploração dos recursos naturais de diversos territórios, sem levar em conta a existência de uma diversidade de povos que vivem e dependem diretamente da floresta e da terra, usando o discurso do "progresso" e crescimento econômico, em que nós que fazemos parte destes povos não estamos inseridos. Ao final foi realizado os agradecimentos ao professor.

DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO TEMPO COMUNIDADE 

Os estudantes discentes: Mônica Vasconcelos e Ronivon Ribeiro fizeram uma breve exposição sobre os desafios enfrentados pelos discentes do curso para desenvolver as atividades curriculares do tempo comunidade e as perspectivas tanto do curso, quanto dos estudantes e da comunidade com a execução destes trabalhos.

Discentes Ronivon e Mônica
Discente Naélia - contribuição

Discente Kalynne - contribuição

Agradecimentos

No período da tarde aconteceu a Socialização do Encontro Nacional dos Estudantes da Educação do campo, pelos estudantes Jéssica Campelo e Joelson de Sousa.

Em seguida, foram encaminhados "rodas de conversa"sobre:
* auto-organização estudantil estrategias e permanência na universidade;
* participação dos estudantes na universidade;
* a importância do tempo-comunidade;


Roda de conversa sobre a participação dos estudantes na universidade;

Roda de conversa sobre a importância do tempo-comunidade;

Roda de conversa sobre a auto-organização estudantil estrategias e permanência na universidade;

Após o termino das discussões realizadas nas rodas de conversas, foram socializadas as estratégias e propostas discutidas e debatidas diante das temáticas propostas, em seguida foram realizados os agradecimentos finais, sorteio de livros para os estudantes das turmas que estavam presentes e encerramento com leitura e assinatura da ata.

imagens: discentes da FECAMPO.

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