terça-feira, 11 de novembro de 2014

Passos para um futuro

Um território desconhecido e inimigo de certa forma é o nosso campo de opções e decisões. Marcados como se fossemos seres seriados, crescemos com uma sina consumista sobre nossas costas. Cegos, não percebemos que muitas dessas nossas decisões e ações são as responsáveis pelo desequilíbrio ambiental que consequentemente provoca tantos desastres.

Se pararmos para pensar, poderíamos nos perguntar se realmente os desastres podem e devem ser considerados naturais, visto que são consequências provocadas pela ignorância, ambição e egoísmo humano. No dia a dia é possível notar nas ruas, que a sociedade está perdendo o interesse por assuntos e questões importantes, como por exemplo, o meio em que vivemos e dando mais atenção e importância ao artificial, ou melhor, uma “realidade” que mente e nos faz imaginar vivermos e sermos mais importantes.

O “ter” virou sinônimo de poder, de status e a maioria da sociedade corre em busca de conquistá-los, sem se importar com o que pode ou não acontecer ou pensando que sua ação não vai fazer muita diferença. Esquecemo-nos de que a nossa ação não é única e que conjuntamente pode vir a ser uma “bola de neve” destrutora.

Quanto mais olho para nós seres humanos, mais compreendo que as diferenças físicas e externas são simples detalhes despercebidos quando comparados com nossas vontades e desejos. O egoísmo beira a nossa pele, não somos solidários a ponto de plantarmos e cultivarmos uma planta, darmos carona, ir a pé a algum lugar ou andar de bicicleta, fecharmos a torneira durante a higiene, conservar, reciclar, reutilizar. Ao consumirmos exageradamente deixamos de lado fatores importantes para a manutenção da vida, produzimos mais lixos do que o necessário. Usamos demasiadamente os recursos naturais esgotáveis sem reciclarmos, assim trilhamos para um precipício onde o fim é inevitável.

Nos importamos tanto com o que queremos a curto prazo que esquecemos o que podemos perder a longo prazo e que futuras gerações podem não ter a oportunidade de ver o que hoje ainda temos.


O consumir hoje é o reflexo da probabilidade de existir um amanhã, para que seja possível a um filho, neto, bisneto e assim por diante sentir esse mesmo ar não tão puro no futuro. Temos outras escolhas além das que nos trazem plena satisfação e é preciso refletir sobre elas de forma que haja uma conscientização da necessidade que é preservar, cuidar e respeitar nosso lar e sua integridade. A sociedade racional humana carece de recursos naturais, mas precisa compreender que muitos desses recursos irão se esgotar e já estão se esgotando. Desde já é preciso pensar novas políticas de produção de mercadorias que sejam duráveis ao invés de produtos cada vez mais descartáveis onde a cada dia é lançado um novo onde o que muda é apenas o modelo.

Enquanto enriquecemos o sistema consumista, enfraquecemos nossa qualidade de vida e cavamos um buraco para nossa existência. Somos frágeis e ainda não percebemos, o que ainda dá esperança é saber que a consciência de um é internalizada e vivida por outros e quando isto ocorre nossas vidas são prolongadas por mais alguns dias, meses e anos.

Portanto, o simples ato de evitar jogar a casca de balinha no chão, reciclar a latinha e a garrafa pet, plantar uma arvore e andar a pé já faz a diferença, e essa diferença deve ser conduzida com destreza todos os dias por cada um de nós independente de onde vivemos, pois só assim teremos a garantia de um futuro.



Por Erick Machado.