Um
território desconhecido e inimigo de certa forma é o nosso campo de opções e
decisões. Marcados como se fossemos seres seriados, crescemos com uma sina
consumista sobre nossas costas. Cegos, não percebemos que muitas dessas nossas
decisões e ações são as responsáveis pelo desequilíbrio ambiental que
consequentemente provoca tantos desastres.
Se
pararmos para pensar, poderíamos nos perguntar se realmente os desastres podem
e devem ser considerados naturais, visto que são consequências provocadas pela
ignorância, ambição e egoísmo humano. No dia a dia é possível notar nas ruas,
que a sociedade está perdendo o interesse por assuntos e questões importantes,
como por exemplo, o meio em que vivemos e dando mais atenção e importância ao
artificial, ou melhor, uma “realidade” que mente e nos faz imaginar vivermos e sermos
mais importantes.
O “ter” virou sinônimo de poder, de status e a maioria da sociedade corre em busca de conquistá-los, sem se importar com o que pode ou não acontecer ou pensando que sua ação não vai fazer muita diferença. Esquecemo-nos de que a nossa ação não é única e que conjuntamente pode vir a ser uma “bola de neve” destrutora.
Quanto mais olho para nós seres humanos, mais compreendo que as diferenças físicas e externas são simples detalhes despercebidos quando comparados com nossas vontades e desejos. O egoísmo beira a nossa pele, não somos solidários a ponto de plantarmos e cultivarmos uma planta, darmos carona, ir a pé a algum lugar ou andar de bicicleta, fecharmos a torneira durante a higiene, conservar, reciclar, reutilizar. Ao consumirmos exageradamente deixamos de lado fatores importantes para a manutenção da vida, produzimos mais lixos do que o necessário. Usamos demasiadamente os recursos naturais esgotáveis sem reciclarmos, assim trilhamos para um precipício onde o fim é inevitável.
Nos importamos tanto com o que queremos a curto prazo que esquecemos o que podemos perder a longo prazo e que futuras gerações podem não ter a oportunidade de ver o que hoje ainda temos.
O consumir hoje é o reflexo da probabilidade de existir um amanhã, para que seja possível a um filho, neto, bisneto e assim por diante sentir esse mesmo ar não tão puro no futuro. Temos outras escolhas além das que nos trazem plena satisfação e é preciso refletir sobre elas de forma que haja uma conscientização da necessidade que é preservar, cuidar e respeitar nosso lar e sua integridade. A sociedade racional humana carece de recursos naturais, mas precisa compreender que muitos desses recursos irão se esgotar e já estão se esgotando. Desde já é preciso pensar novas políticas de produção de mercadorias que sejam duráveis ao invés de produtos cada vez mais descartáveis onde a cada dia é lançado um novo onde o que muda é apenas o modelo.
Enquanto enriquecemos o sistema consumista, enfraquecemos nossa qualidade de vida e cavamos um buraco para nossa existência. Somos frágeis e ainda não percebemos, o que ainda dá esperança é saber que a consciência de um é internalizada e vivida por outros e quando isto ocorre nossas vidas são prolongadas por mais alguns dias, meses e anos.
Portanto, o simples ato de evitar jogar a casca de balinha no chão, reciclar a latinha e a garrafa pet, plantar uma arvore e andar a pé já faz a diferença, e essa diferença deve ser conduzida com destreza todos os dias por cada um de nós independente de onde vivemos, pois só assim teremos a garantia de um futuro.
Por Erick Machado.
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